O ofício de escritor é visto por muitos como uma coisa meio mágica, superior. O escritor é visto de maneira diferente, aqui com desdém, acolá com um respeito quase reverencial. Uns os vêem como um vagabundo que só quer escrever, outros o vêem como um gênio que consegue botar no papel o que os pobres mortais não conseguem.
E as mulheres? Homens em geral escrevem pouco para as mulheres, então a chance de aquela gostosa que você quer pegar jamais ter recebido uma cartinha sequer de um homem são altíssimas. Essa é a sua hora, amigo. E se ela tiver recebido aquelas cartas cheias de clichês, frases de compilações de melhores frases de amor etc, é aí que entra sua eloqüência e originalidade de escritor. Não há mulher que não se derreta com uma carta/texto bem humorado, e ao mesmo tempo galanteador. Go and get´em, Tiger!
Na sociedade em geral, quanto a trabalhar escrevendo, só tenho uma frase a lhe dizer: quando tiver que fazer o próximo cadastro em um hotel ou loja, experimente escrever “escritor” no campo “profissão”, e observe. Aposto cem reais que a frase da pessoa que ler vai ser uma dessas três: “Você não tem emprego?”, “Quantos livros você escreveu?” ou “Amigo, tem que botar a profissão de verdade. O campo ‘hobby’ é na próxima linha”. Acredite, falar para as pessoas que você é escritor causa estranheza. Experimente. Mas depois que a fase de te acharem vagabundo passar, virão as perguntas. Se prepare.
A clássica máxima já possui, hoje, centenas de complementos, e eu acrescento o meu: todo brasileiro é técnico de futebol, médico e escritor. Todo mundo acha que tem uma estória genial pra contar e que “eu escrevia muito bem mesmo, mas parei. Eu devia ter continuado”. Praticamente todo mundo. E essa característica tem dois lados, igualmente chatos: todo mundo vai revisar, criticar e dar pitacos nos seus textos, e todo mundo vai querer que você leia os textos deles, como se estivessem te entregando um manuscrito de Machado de Assis. O cabra nunca escreveu nada maior do que assinatura em cheque e se acha o verdadeiro editor. E ainda usa frases como “o leitor pode se ofender”, “não tem público pra isso no Brasil” ou “é, até que não tá ruim”. Durma com um barulho desses, amigo. Ser escritor é bacana, mas, assim como a rapadura, não é mole não.
O primeiro mito é o mito da inspiração. Ok, eu sei que é legal falar isso, que as mulheres adoram um escritor que encontra inspiração na natureza ou no meio da rua. Eu sei que falar “pô, hoje eu não to inspirado” é bacana e te livra de ter que escrever. Mas desculpa acabar com a sua ilusão: inspiração não existe. Não neste sentido de ser algo anterior e necessário ao ato de escrever. Inspiração existe para músicos e poetas, e mesmo assim, ela não é condição sine qua non.
Conheço compositores que escrevem letras de música a hora que querem, sem mistérios nem charminhos inspiracionais. Amadores podem se dar ao luxo de ter inspiração para escrever uma carta para a namorada ou um poema. Escritores profissionais fazem o que deles se espera: escrevem. Eles sentam e escrevem. Pode demorar, pode ser trabalhoso, árduo, mas isso nada tem a ver com inspiração. Imagine a seguinte cena:
- Emergência! Perfuração por arma de fogo no tórax, doutor. O pulmão direito foi perfurado e a bala está a dois centímetros da coluna. Vamos levar para a sala de operação!
- Olha, não vai dar.
- Não vai dar o que?
- Pra operar ele.
- Como assim, doutor Guedes?
- É, não vai dar. Não to inspirado. Sei lá, me deu isso de repente. Eu pego o bisturi e não vem nada. Nadinha. Eu olho pra esse sangue todo, o buraco da bala e nada. A inspiração me abandonou…
Consegue imaginar a cena acima? Nem eu. Então, se você é escritor, senta a bunda na cadeira e escreve. Deixa o papo de inspiração pra mesa do bar ou pra usar como desculpa pra ir pro bar encher a cara.
O segundo mito é que se você não sofre escrevendo, você não é um escritor. Esse mito é embasado em algo que eu chamo de A Aura do Escritor. É a aura que, quando alguém diz que é um escritor, automaticamente todos o vêem como mais inteligente e perdoam suas excentricidades. Mais uma vez: escrever pode doer se você está escrevendo um desabafo, uma carta para a namorada. Mas se você é ou pretende ser pago para isso, nem comece a alimentar esse mito.
Escrever dói na medida em que qualquer atividade intelectual é árdua na maioria das vezes. Mas não precisa causar sofrimento. E, ao contrário do que muita gente pensa, o fato de o escritor dizer que sofreu escrevendo não faz a obra melhor do que se ele tivesse escrito no ônibus ou enquanto jogava poker online com os amigos. Ter que sofrer para escrever é mais ou menos isso:
- Ô Paulo, que que você tem?
- Cara, to acabado. Aquela declaração do Imposto de Renda do Dr. Cézar acabou comigo.
- Como assim? Foi muito grande?
- Não, não, mas cara, acabou comigo. Porra, to exaurido. Mas me livrei, parece que tirei um peso das costas. Não agüentava mais.
- Paulo, o Dr. Cézar é ambulante e vende Bíblias. A declaração dele é de isento e nosso escritório só faz porque ele é da Igreja do dono do escritório. Ele não tem nada pra declarar, você deve ter demorado quinze minutos!
- E daí, cara? Foram vinte minutos de pura exaustão! Ah, acho que vou sair pra tomar um chop.
Então, se você é ou pretende ser pago pra isso, deixe esse papo de sofrimento pra tirar onda com menininhas em aniversário de prima adolescente.
O terceiro mito é um dos meus preferidos: escrever bem é escrever difícil. Esse mito advém dos intelectualóides que sempre dizem estar relendo os clássicos que nunca leram. Esse mito é interligado aos anteriores. Para os pseudo-intelectuais, quanto mais o escritor sofrer para escrever e mais complicada for sua escrita, melhor. Minha dica é: só use uma proparoxítona depois de pensar durante dez minutos em um sinônimo. Escrever bem é escrever claro, e não escrever complicado. Os grandes mestres escreviam de maneira simples e clara, como Machado, Drummond, os Verissimos – pai e filho – e muitos outros.
Infelizmente as pessoas acham que algo direto e claro é sinônimo de má qualidade pois, se seu texto é acessível ao público médio, ele não é bom. Quem pensa assim é leitor de resumo, que lê comentários na internet sobre um livro e sai vomitando críticas sem embasamento. Então, seja simples, direto e, acima de tudo, claro. A não ser que você esteja escrevendo um suspense ou algo do tipo e queira propositadamente confundir o leitor, não o confunda. Ele vai te agradecer, e você vai ganhar leitores de verdade, e não leitores de resenha.
Bom, é isso. Vocês sabem mais algum mito sobre o processo de escrever? Manda pra cá que eu falo disso amanhã, ou depois. E se você concorda ou discorda, deixe seu comentário aí embaixo.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Prioridades e coincidências
Esta história que eu vou contar me foi contada pelo meu pai, que jura de pé junto que ela é verdade. Como nunca ouvi nenhuma versão dela, acredito que meu pai a tenha inventado sozinho. Vamos a ela:
Marcus e Rochelle trabalhavam juntos há um ano. Pelo fato de Rochelle ser casada à época em que se conheceram, nunca houve nada além de amizade entre eles. Porém, três meses depois de se conhecerem Rochelle terminou o casamento, e aí o papo mudou. A tensão sexual entre eles era palpável, sem trocadilhos. Eles se esbarravam nos corredores, se falavam por e-mail, trocavam olhares lascivos, mas tudo na maior discrição e subjetividade.
Até que um dia, em uma festa, a tensão palpável emprestou o adjetivo “palpável” à bunda de Rochelle, que estava sendo efusivamente apalpada por Marcus. Um olhar desatento sobre os dois deixaria dúvidas sobre haver ali uma, duas ou três pessoas. O fogo era tanto que às vezes se pegavam (!) tentando tirar a roupa um do outro, em público, até que se lembravam que estavam em público. Até que Rochelle deu a idéia de irem para a casa de Marcus, mas este lembrou que estava sem luz. Não que eles fossem usar luz, mas não ter água gelada, comida nem TV não era uma perspectiva das mais agradáveis. Então Marcus sugeriu que fossem a um Motel. Rochelle aceitou, e partiram para lá, no carro de Marcus.
Se o clima na festa já estava nas alturas, imaginem vocês dentro do carro. Zíperes não duraram uma passagem de marcha (!) para serem abertos, e assim, neste clima de cena de filme pornô, chegaram ao Motel. Já no estacionamento as mãos estavam cheias e nenhuma delas era com o volante do carro. Então, em um momento onde quem olhasse de fora só veria Marcus, o carro bateu em algo. Era outro carro. Marcus saiu desesperado, achando que aquele acidente ia melar (ou não ia deixar melar) sua noite. Mas quando saiu percebeu que o cenário não era tão ruim: apesar de a batida ter sido consideravelmente forte, ele reconhecera o carro: era de João, um dos seus melhores amigos. Querendo pregar uma peça no amigo, Marcus entrou no carro e seguiu para a sua noite de amor, luxúria e devassidão, e somente no dia seguinte ele ia avisar ao João que aquela batida no Motel havia sido ele.
Marcus aproveitou a sua noite, afinal, era um ano de tesão incubado. No dia seguinte ligou para o escritório de João, no que foi avisado pela sua secretária de que ele havia viajado. Nossa, ele era rápido, passou a noite no Motel e viajou logo cedo. Ele ligaria outro dia. Três dias depois, na segunda, Marcus voltou a ligar. “O Dr. João ainda estava viajando”. Esses congressos de médicos que o João ia duravam toda a semana mesmo. Talvez ele voltasse até a sexta. Marcus deixou recado. João era casado e a mulher dele não gostava muito dos seus amigos, por isso Marcus não ligara para sua casa. Mas João era apaixonado por ela, a ponto de já ter lhe confidenciado que não saberia o que fazer se ela o traísse, ou mandasse ele escolher entre ela ou os amigos.
Na quarta-feira João ligou de volta para Marcus, e marcaram um café. Marcus chegou primeiro e, quando João vinha se aproximando da mesa, com uma cara de muito preocupado, Marcus já falou logo, em um tom sério, para assustar João:
- Cara, tenho que falar uma coisa séria com você – Disse Marcus, muito sério e cínico.
- Puta que pariu, nem me fala. Só problema. Tá sabendo do meu carro? – Perguntou um indignado e revoltado João
- Sabendo de que? – Mais cinismo não podia haver.
- Do meu carro.
- Não, o que aconteceu? – Adendo: mais cinismo podia haver sim.
- Porra, Marquinho, foda. Eu viajei pra Argentina pra um Congresso, e de lá fui pra Miami comprar uns equipamentos novos pro consultório. Fiquei fora vinte dias.
- Vinte dias? – O cinismo dera lugar à surpresa. Havia somente dez dias que ele batera no carro de João.
- É, vinte dias, vinte e um, sei lá. Mas o pior não é isso. O pior é que eu deixei o carro com a Martha, milha mulher, e um filho da puta deu uma porrada no carro quando ela tava no supermercado. Filho da puta. E ela disse que o viado nem deixou bilhete nem nada, quando ela voltou do mercado o carro tava batido, no estacionamento. Filho da puta.
- Filha da puta…
- Hein? Filho da puta mesmo, né? Se eu pego o viado.
- É, se você pega…
- Mas então, o que você queria falar sério comigo?
Por alguns segundos que pareceram três semanas, Marcus pensou em contar a verdade, em não contar, em sair correndo e até em fingir um ataque cardíaco. Mas, dada sua amizade com João, o companheirismo que João demonstrava indo a todos os jogos do Vasco com ele, ele tomou a decisão mais acertada:
- Comprei ingressos pra todos os jogos do Vascão no Carioca pra nós dois! Pra cima deles, Vascãããão!
E os dois se abraçaram e começaram a cantar músicas sobre o Vasco. Ele decidira que era melhor que João vivesse na ignorância do que lhe contar a verdade, perder o amigo, ver o amigo perder a mulher, e o pior: a história seria longa e ele tinha marcado com Rochelle no Motel dali a vinte minutos. First things first.
Marcus e Rochelle trabalhavam juntos há um ano. Pelo fato de Rochelle ser casada à época em que se conheceram, nunca houve nada além de amizade entre eles. Porém, três meses depois de se conhecerem Rochelle terminou o casamento, e aí o papo mudou. A tensão sexual entre eles era palpável, sem trocadilhos. Eles se esbarravam nos corredores, se falavam por e-mail, trocavam olhares lascivos, mas tudo na maior discrição e subjetividade.
Até que um dia, em uma festa, a tensão palpável emprestou o adjetivo “palpável” à bunda de Rochelle, que estava sendo efusivamente apalpada por Marcus. Um olhar desatento sobre os dois deixaria dúvidas sobre haver ali uma, duas ou três pessoas. O fogo era tanto que às vezes se pegavam (!) tentando tirar a roupa um do outro, em público, até que se lembravam que estavam em público. Até que Rochelle deu a idéia de irem para a casa de Marcus, mas este lembrou que estava sem luz. Não que eles fossem usar luz, mas não ter água gelada, comida nem TV não era uma perspectiva das mais agradáveis. Então Marcus sugeriu que fossem a um Motel. Rochelle aceitou, e partiram para lá, no carro de Marcus.
Se o clima na festa já estava nas alturas, imaginem vocês dentro do carro. Zíperes não duraram uma passagem de marcha (!) para serem abertos, e assim, neste clima de cena de filme pornô, chegaram ao Motel. Já no estacionamento as mãos estavam cheias e nenhuma delas era com o volante do carro. Então, em um momento onde quem olhasse de fora só veria Marcus, o carro bateu em algo. Era outro carro. Marcus saiu desesperado, achando que aquele acidente ia melar (ou não ia deixar melar) sua noite. Mas quando saiu percebeu que o cenário não era tão ruim: apesar de a batida ter sido consideravelmente forte, ele reconhecera o carro: era de João, um dos seus melhores amigos. Querendo pregar uma peça no amigo, Marcus entrou no carro e seguiu para a sua noite de amor, luxúria e devassidão, e somente no dia seguinte ele ia avisar ao João que aquela batida no Motel havia sido ele.
Marcus aproveitou a sua noite, afinal, era um ano de tesão incubado. No dia seguinte ligou para o escritório de João, no que foi avisado pela sua secretária de que ele havia viajado. Nossa, ele era rápido, passou a noite no Motel e viajou logo cedo. Ele ligaria outro dia. Três dias depois, na segunda, Marcus voltou a ligar. “O Dr. João ainda estava viajando”. Esses congressos de médicos que o João ia duravam toda a semana mesmo. Talvez ele voltasse até a sexta. Marcus deixou recado. João era casado e a mulher dele não gostava muito dos seus amigos, por isso Marcus não ligara para sua casa. Mas João era apaixonado por ela, a ponto de já ter lhe confidenciado que não saberia o que fazer se ela o traísse, ou mandasse ele escolher entre ela ou os amigos.
Na quarta-feira João ligou de volta para Marcus, e marcaram um café. Marcus chegou primeiro e, quando João vinha se aproximando da mesa, com uma cara de muito preocupado, Marcus já falou logo, em um tom sério, para assustar João:
- Cara, tenho que falar uma coisa séria com você – Disse Marcus, muito sério e cínico.
- Puta que pariu, nem me fala. Só problema. Tá sabendo do meu carro? – Perguntou um indignado e revoltado João
- Sabendo de que? – Mais cinismo não podia haver.
- Do meu carro.
- Não, o que aconteceu? – Adendo: mais cinismo podia haver sim.
- Porra, Marquinho, foda. Eu viajei pra Argentina pra um Congresso, e de lá fui pra Miami comprar uns equipamentos novos pro consultório. Fiquei fora vinte dias.
- Vinte dias? – O cinismo dera lugar à surpresa. Havia somente dez dias que ele batera no carro de João.
- É, vinte dias, vinte e um, sei lá. Mas o pior não é isso. O pior é que eu deixei o carro com a Martha, milha mulher, e um filho da puta deu uma porrada no carro quando ela tava no supermercado. Filho da puta. E ela disse que o viado nem deixou bilhete nem nada, quando ela voltou do mercado o carro tava batido, no estacionamento. Filho da puta.
- Filha da puta…
- Hein? Filho da puta mesmo, né? Se eu pego o viado.
- É, se você pega…
- Mas então, o que você queria falar sério comigo?
Por alguns segundos que pareceram três semanas, Marcus pensou em contar a verdade, em não contar, em sair correndo e até em fingir um ataque cardíaco. Mas, dada sua amizade com João, o companheirismo que João demonstrava indo a todos os jogos do Vasco com ele, ele tomou a decisão mais acertada:
- Comprei ingressos pra todos os jogos do Vascão no Carioca pra nós dois! Pra cima deles, Vascãããão!
E os dois se abraçaram e começaram a cantar músicas sobre o Vasco. Ele decidira que era melhor que João vivesse na ignorância do que lhe contar a verdade, perder o amigo, ver o amigo perder a mulher, e o pior: a história seria longa e ele tinha marcado com Rochelle no Motel dali a vinte minutos. First things first.
ROTEIRO - D.R.
MIRIAM ESTÁ SENTADA NO SOFÁ, DE FRENTE PARA PAULO, E FALA AO TELEFONE
MIRIAM – Paulo, vem direto pra casa! Eu quero falar com você! COM VOCÊ, ouviu?
MIRIAM DESLIGA O TELEFONE COM RAIVA, SENTA NO SOFÁ E CRUZA OS BRAÇOS SÉRIA, ENQUANTO PAULO, SENTADO NO SOFÁ, OLHA PARA ELA COMO SE NADA ESTIVESSE ACONTECENDO. A CAMPAINHA TOCA. MIRIAM VAI ABRIR A PORTA, É PAULO. ELA ABRE A PORTA, OLHA PARA PAULO E FECHA A PORTA, IRRITADÍSSIMA. VAI ATÉ A MESA DE CENTRO, PEGA O TELEFONE E LIGA NOVAMENTE.
MIRIAM – Paulo, eu quero falar COM VOCÊ? Tá ouvindo? Você? Não era você, não dava tempo que você ter chegado, seu cínico! E vem logo! Tchau!
PAULO OLHA PARA ELA COMO QUEM NÃO PODE FAZER NADA.
PASSAGEM DE TEMPO.
BARULHO DE CHAVES DO LADO DE FORA. PAULO ENTRA E MIRIAM JÁ COMEÇA A FALAR. ENQUANTO ELA FALA, PAULO FAZ UM SINAL PARA O PAULO QUE ESTAVA NO SOFÁ, E ESTE SAI DA SALA E VAI PARA A COZINHA.
MIRIAM – Paulo, não agüento mais! Maldita hora em que eu fui reclamar que você andava meio ausente, que chegava tarde em casa. Maldita hora!
PAULO – Por que, mozico?
MIRIAM – Não vem com essa de Mozico! Não agüento mais esse monte de clone!
PAULO – É pra te ajudar e pra você se sentir menos sozinha, mozico. E não são clones, eles são eu. Eu faço cópias de mim mesmo, mas não são cópias mesmo, eles são eu. Todos eles!
MIRIAM – São você é o cacete! Você é você e eles são eles! E eu não consigo tratar eles como se fossem você! Eu to falando com você no telefone que to com saudade, e de repente me vem um de vocês pelado pra cima de mim! Não é você! Não dá!
PAULO – Mozico, sou eu sim.
MIRIAM – Não é, Paulo! Não é! Eu já acho estranho você fazer cópias pra lavar a louça, levar o cachorro pra passear ou buscar as crianças na escola, imagina uma cópia pelada aparecer de repente no meio da casa! Se põe no meu lugar!
PAULO – Eu ia adorar várias Miriams peladas por aí…
MIRIAM – Cala a boca, Paulo! Eu to falando sério! Você é você e eles são eles! Eu prefiro um marido ausente do que vários maridos ao mesmo tempo! Eu não consigo, Paulo, não dá!
PAULO – Tá, amor, vou fazer menos… Mas achei que fosse te agradar…
MIRIAM – Me agradar, Paulo? Eu quero VOCÊ, e não essas cópias. E não vem com essa de que eles são você, eu sei muito bem quando é você.
PAULO – É, eu não consigo mesmo te enganar. Vou parar, tá? Nada mais de cópias nessa casa!
NISSO A CÂMERA ABRE A UMA CÓPIA DO PAULO ESTÁ SENTADA NO SOFÁ, VENDO TV E COMENDO PIPOCA. PAULO OLHA PARA ELE COM AR DE REPROVAÇÃO E ELE SE LEVANTA RESIGNADO E SAI PELA PORTA.
MIRAM – Sério, amor. Eu te amo, mas só você. Eu sei quando é você. Não consigo nem conversar direito com eles.
PAULO – Promessa é dívida. Sem cópias em casa daqui pra frente.
MIRIAM – Promete?
PAULO – Prometo.
MIRIAM – Tá. Vamos dormir então, to morrendo de sono.
PAULO – Ah, amor, eu to com umas coisas pra fazer, uns relatórios. Pode ir, daqui a pouco eu vou.
MIRIAM- Tá, mas não demora. E nada de mandar cópias peladas pra cama comigo. Quero o senhor lá, nada de cópia
PAULO – Sim, senhora!
MIRIAM SAI E VAI PARA O QUARTO. PAULO FICA PARADO, COMO SE ESTIVESSE PENSANDO NO QUE ELA FALOU. NISSO, ALGUÉM BATE NA PORTA E MIRIAM FALA LÁ DE DENTRO.
MIRIAM (OS) – Quem é, amor?
PAULO (SEM ABRIR A PORTA, MAS INDO NA DIREÇÃO DELA) – É o entregador, amor. É que eu pedi pizza do caminho, pra chegar mais rápido.
PAULO ABRE A PORTA E VÊ PAULO DO LADO DE FORA. ELE SAI FURTIVAMENTE E FECHA A PORTA COM MUITO CUIDADO.
PAULO QUE ACABOU DE CHEGAR – E aí, como foi? Odeio DR, cara, putz. Me conta o que ela falou pra ela não desconfiar depois e tá liberado.
MIRIAM – Paulo, vem direto pra casa! Eu quero falar com você! COM VOCÊ, ouviu?
MIRIAM DESLIGA O TELEFONE COM RAIVA, SENTA NO SOFÁ E CRUZA OS BRAÇOS SÉRIA, ENQUANTO PAULO, SENTADO NO SOFÁ, OLHA PARA ELA COMO SE NADA ESTIVESSE ACONTECENDO. A CAMPAINHA TOCA. MIRIAM VAI ABRIR A PORTA, É PAULO. ELA ABRE A PORTA, OLHA PARA PAULO E FECHA A PORTA, IRRITADÍSSIMA. VAI ATÉ A MESA DE CENTRO, PEGA O TELEFONE E LIGA NOVAMENTE.
MIRIAM – Paulo, eu quero falar COM VOCÊ? Tá ouvindo? Você? Não era você, não dava tempo que você ter chegado, seu cínico! E vem logo! Tchau!
PAULO OLHA PARA ELA COMO QUEM NÃO PODE FAZER NADA.
PASSAGEM DE TEMPO.
BARULHO DE CHAVES DO LADO DE FORA. PAULO ENTRA E MIRIAM JÁ COMEÇA A FALAR. ENQUANTO ELA FALA, PAULO FAZ UM SINAL PARA O PAULO QUE ESTAVA NO SOFÁ, E ESTE SAI DA SALA E VAI PARA A COZINHA.
MIRIAM – Paulo, não agüento mais! Maldita hora em que eu fui reclamar que você andava meio ausente, que chegava tarde em casa. Maldita hora!
PAULO – Por que, mozico?
MIRIAM – Não vem com essa de Mozico! Não agüento mais esse monte de clone!
PAULO – É pra te ajudar e pra você se sentir menos sozinha, mozico. E não são clones, eles são eu. Eu faço cópias de mim mesmo, mas não são cópias mesmo, eles são eu. Todos eles!
MIRIAM – São você é o cacete! Você é você e eles são eles! E eu não consigo tratar eles como se fossem você! Eu to falando com você no telefone que to com saudade, e de repente me vem um de vocês pelado pra cima de mim! Não é você! Não dá!
PAULO – Mozico, sou eu sim.
MIRIAM – Não é, Paulo! Não é! Eu já acho estranho você fazer cópias pra lavar a louça, levar o cachorro pra passear ou buscar as crianças na escola, imagina uma cópia pelada aparecer de repente no meio da casa! Se põe no meu lugar!
PAULO – Eu ia adorar várias Miriams peladas por aí…
MIRIAM – Cala a boca, Paulo! Eu to falando sério! Você é você e eles são eles! Eu prefiro um marido ausente do que vários maridos ao mesmo tempo! Eu não consigo, Paulo, não dá!
PAULO – Tá, amor, vou fazer menos… Mas achei que fosse te agradar…
MIRIAM – Me agradar, Paulo? Eu quero VOCÊ, e não essas cópias. E não vem com essa de que eles são você, eu sei muito bem quando é você.
PAULO – É, eu não consigo mesmo te enganar. Vou parar, tá? Nada mais de cópias nessa casa!
NISSO A CÂMERA ABRE A UMA CÓPIA DO PAULO ESTÁ SENTADA NO SOFÁ, VENDO TV E COMENDO PIPOCA. PAULO OLHA PARA ELE COM AR DE REPROVAÇÃO E ELE SE LEVANTA RESIGNADO E SAI PELA PORTA.
MIRAM – Sério, amor. Eu te amo, mas só você. Eu sei quando é você. Não consigo nem conversar direito com eles.
PAULO – Promessa é dívida. Sem cópias em casa daqui pra frente.
MIRIAM – Promete?
PAULO – Prometo.
MIRIAM – Tá. Vamos dormir então, to morrendo de sono.
PAULO – Ah, amor, eu to com umas coisas pra fazer, uns relatórios. Pode ir, daqui a pouco eu vou.
MIRIAM- Tá, mas não demora. E nada de mandar cópias peladas pra cama comigo. Quero o senhor lá, nada de cópia
PAULO – Sim, senhora!
MIRIAM SAI E VAI PARA O QUARTO. PAULO FICA PARADO, COMO SE ESTIVESSE PENSANDO NO QUE ELA FALOU. NISSO, ALGUÉM BATE NA PORTA E MIRIAM FALA LÁ DE DENTRO.
MIRIAM (OS) – Quem é, amor?
PAULO (SEM ABRIR A PORTA, MAS INDO NA DIREÇÃO DELA) – É o entregador, amor. É que eu pedi pizza do caminho, pra chegar mais rápido.
PAULO ABRE A PORTA E VÊ PAULO DO LADO DE FORA. ELE SAI FURTIVAMENTE E FECHA A PORTA COM MUITO CUIDADO.
PAULO QUE ACABOU DE CHEGAR – E aí, como foi? Odeio DR, cara, putz. Me conta o que ela falou pra ela não desconfiar depois e tá liberado.
Eu me amo, eu me adoro, não posso mais viver sem mim!
Você é feliz? Ultimamente eu admito: tenho estado com sorrisos tão largos e piadinhas tão infames que alguém pode até achar que fiquei rico, ou que to comendo a Luana Piovanni. Não fiquei rico, e eu e a Luana somos só amigos, ela vai falar tudo na coletiva. Brincadeiras a parte, to feliz mesmo. O que faz um homem feliz? Uma mulher e dinheiro. E ponto. Pois então. Eu ganho uma miséria e não to comendo ninguém. Não reiteradamente. Não tenho ninguém pra me levar café de manhã, nem pra me escrever cartas de amor. Meu salário mal dá pra pagar as contas, e eu nem tenho carro. Então por que a felicidade? Simples. Por que eu tenho feito coisas que eu gosto. E que me deixam feliz.
Tenho conhecido uma pá de gente sensacional, lugares fantásticos que me cativaram tanto que to até pensando em virar mineiro honorário, e tenho resgatado antigas amizades e relacionamentos com pessoas que eu achava que me detestavam. Descobri que elas só me acham babaca, e meio metido… Antes eu achava que a felicidade vinha ou de ser rico, ou de ter alguém ao seu lado. Não é bem assim. Se tiver um dos dois, melhor, mas não tenho, e que saber, to feliz pra caralho! Como poucas vezes eu estive.
A melhor parte de ser feliz sozinho é não ter aquele medo recorrente que todos os amantes têm de ser abandonado. Quem vai me abandonar? Eu mesmo? Não, eu me amo demais pra isso. Isso sem falar que eu faço o que quero, a hora que quero, com quem eu quero, e o mais importante: SE eu quero. Conheço mulheres maravilhosas, e se quiser dar em cima delas dou, se não quiser não dou, e se não der, foda-se, amanhã é outro dia.
Descobri que a única pessoa no mundo sem a qual não consigo viver sou eu. A única. Tem mais algumas pessoas que me fariam muito triste se saíssem da minha vida, sem elas talvez minha vida ficasse muito ruim mesmo, mas nenhuma delas é uma mulher, no sentido romântico do termo (ainda...). Atrelar sua felicidade à outra pessoa é um erro que já cometi muitas vezes, mas parece que dessa eu aprendi. Foi um baque perder uma pessoa que durante um ano e meio foi apaixonada por mim, e um dia acordou e viu que não era bem aquilo. Eu pelo menos nunca vou acordar e não me amar mais. Descobri, nesse meio tempo, que nem todo mundo me acha babaca e me quer à pelo menos um quilômetro de distância. Não tenho que ter medo de “Oh, meu Deus, nunca mais ninguém vai me amar!”. Se não amar, dane-se, mas tem gente que gosta de mim por aí. Deve ter, o anúncio que eu botei no jornal em janeiro já deve estar fazendo efeito… Gosto de muitas pessoas, talvez ainda vou amar algumas mulheres, eu sei, mas também sei que a minha felicidade só vai depender de uma pessoa daqui pra frente: eu.
Tenho conhecido uma pá de gente sensacional, lugares fantásticos que me cativaram tanto que to até pensando em virar mineiro honorário, e tenho resgatado antigas amizades e relacionamentos com pessoas que eu achava que me detestavam. Descobri que elas só me acham babaca, e meio metido… Antes eu achava que a felicidade vinha ou de ser rico, ou de ter alguém ao seu lado. Não é bem assim. Se tiver um dos dois, melhor, mas não tenho, e que saber, to feliz pra caralho! Como poucas vezes eu estive.
A melhor parte de ser feliz sozinho é não ter aquele medo recorrente que todos os amantes têm de ser abandonado. Quem vai me abandonar? Eu mesmo? Não, eu me amo demais pra isso. Isso sem falar que eu faço o que quero, a hora que quero, com quem eu quero, e o mais importante: SE eu quero. Conheço mulheres maravilhosas, e se quiser dar em cima delas dou, se não quiser não dou, e se não der, foda-se, amanhã é outro dia.
Descobri que a única pessoa no mundo sem a qual não consigo viver sou eu. A única. Tem mais algumas pessoas que me fariam muito triste se saíssem da minha vida, sem elas talvez minha vida ficasse muito ruim mesmo, mas nenhuma delas é uma mulher, no sentido romântico do termo (ainda...). Atrelar sua felicidade à outra pessoa é um erro que já cometi muitas vezes, mas parece que dessa eu aprendi. Foi um baque perder uma pessoa que durante um ano e meio foi apaixonada por mim, e um dia acordou e viu que não era bem aquilo. Eu pelo menos nunca vou acordar e não me amar mais. Descobri, nesse meio tempo, que nem todo mundo me acha babaca e me quer à pelo menos um quilômetro de distância. Não tenho que ter medo de “Oh, meu Deus, nunca mais ninguém vai me amar!”. Se não amar, dane-se, mas tem gente que gosta de mim por aí. Deve ter, o anúncio que eu botei no jornal em janeiro já deve estar fazendo efeito… Gosto de muitas pessoas, talvez ainda vou amar algumas mulheres, eu sei, mas também sei que a minha felicidade só vai depender de uma pessoa daqui pra frente: eu.
Na minha vida...
Eu poderia escrever cem páginas pra dizer por que eu quero você na minha vida. Escrever coisas exageradas, românticas e piegas, quem sabe até algumas mentirinhas: mulher da minha vida, a pessoa mais fantástica que já conheci ou que eu te amo mais que tudo. E se eu mentisse, você, cedo ou tarde, acreditaria. Mas esses não são os motivos. Não mesmo. Já tive algumas mulheres da minha vida, algumas outras pessoas fantásticas cruzaram meu caminho e já amei poucas mais que tudo. E é normal que se queira ficar com alguém quando se pensa assim. Mas não é por esses motivos que eu quero você comigo. Posso estar errado e não tê-las amado, ou a respeito de serem a mulher da minha vida. Quem sabe?
Mas os motivos pelos quais quero você na minha vida são outros. Quero você do meu lado porque adoro ser acordado às sete da manhã com você perguntando por mim. Quero você na minha vida para ter seu sorriso, seu cheiro e seu corpo por perto sempre que quiser, para ganhar um cafuné sempre que estiver triste ou para receber uma mensagem carinhosa por que você percebeu que eu não estava bem. Quero você na minha vida porque vale a pena esperar a semana inteira para passar o domingo vendo besteiras na internet com você, porque olhar para você recobra minhas energias, e porque adoro sua voz serena e infantil quando você acorda.
Quero você na minha vida porque adoro te ver lendo meus textos e sorrindo, porque adoro quando você me aperta forte e quando você foge do meu beijo feito criança implicante. Quero você na minha vida porque quando o telefone toca, adoro me sentir um adolescente esperando que seja você, porque adoro minha cara de idiota pensando em você pela rua, e porque quando vou dormir, espero que a noite passe bem rápido, pra falar com você logo cedinho. Porque quero tomar milk shake com você, correr no meio do shopping pra não perder o ônibus e sentir o gosto horroroso de chiclete de canela na sua boca. Quero você na minha vida pra poder reclamar dos lugares cheios de gente que você gosta, ficar com ciúmes dos palhaços da faculdade e falar besteira pra você sem ninguém perceber.
Quero você na minha vida porque acho lindo quando você sente ciúmes e não consegue disfarçar, quando você reclama que eu jogo coisas no chão e porque simplesmente amo quando você tá de bom humor e eu consigo melhorar isso. Também porque adoro abraçar você, adoro beijar você, adoro estar com você e odeio ter que ir embora quando estamos juntos. E esses motivos, pode ter certeza, pra mim valem muito mais do que os do início do texto. Porque eu não quero que você seja a mulher da minha vida. Quero que você seja a mulher NA minha vida…
Mas os motivos pelos quais quero você na minha vida são outros. Quero você do meu lado porque adoro ser acordado às sete da manhã com você perguntando por mim. Quero você na minha vida para ter seu sorriso, seu cheiro e seu corpo por perto sempre que quiser, para ganhar um cafuné sempre que estiver triste ou para receber uma mensagem carinhosa por que você percebeu que eu não estava bem. Quero você na minha vida porque vale a pena esperar a semana inteira para passar o domingo vendo besteiras na internet com você, porque olhar para você recobra minhas energias, e porque adoro sua voz serena e infantil quando você acorda.
Quero você na minha vida porque adoro te ver lendo meus textos e sorrindo, porque adoro quando você me aperta forte e quando você foge do meu beijo feito criança implicante. Quero você na minha vida porque quando o telefone toca, adoro me sentir um adolescente esperando que seja você, porque adoro minha cara de idiota pensando em você pela rua, e porque quando vou dormir, espero que a noite passe bem rápido, pra falar com você logo cedinho. Porque quero tomar milk shake com você, correr no meio do shopping pra não perder o ônibus e sentir o gosto horroroso de chiclete de canela na sua boca. Quero você na minha vida pra poder reclamar dos lugares cheios de gente que você gosta, ficar com ciúmes dos palhaços da faculdade e falar besteira pra você sem ninguém perceber.
Quero você na minha vida porque acho lindo quando você sente ciúmes e não consegue disfarçar, quando você reclama que eu jogo coisas no chão e porque simplesmente amo quando você tá de bom humor e eu consigo melhorar isso. Também porque adoro abraçar você, adoro beijar você, adoro estar com você e odeio ter que ir embora quando estamos juntos. E esses motivos, pode ter certeza, pra mim valem muito mais do que os do início do texto. Porque eu não quero que você seja a mulher da minha vida. Quero que você seja a mulher NA minha vida…
Eu posso viver sem você...
Eu posso viver sem você. Claro que posso. Posso ficar sem você, e não vou morrer se isso não acontecer. Tem gente que diz que amar alguém é não conseguir viver sem aquela pessoa. Morrer se ficar sem ela. Não concordo. Isso seria falta de escolha. Se você não consegue, mesmo se não amasse teria que ficar com a pessoa. Por isso, eu conseguiria ficar sem você e, como já disse, não morreria se você me deixasse. Não mesmo. Eu posso ficar sem você. Mas eu não quero. Eu continuaria a escrever, a trabalhar e tudo mais, mas com você, eu escrevo muito melhor, e trabalho com muito mais vontade e com humor. Eu continuaria vivendo, continuaria por aí, no mundo, pela vida. Mas com você minha vida seria muito melhor, e andar por aí no mundo seria muito menos doloroso e penoso, e pareceria um passeio de domingo.
Eu sempre achei que não poderia viver sem as mulheres com quem me metia. E por isso, eu achava que gostava muito delas, quando na verdade não era isso. Com muitas delas – com quase todas – eu nem queria estar mesmo, nos momentos finais do relacionamento, e em vários momentos eu pensava que estaria melhor sem elas. Mas, por eu achar que não conseguiria ficar sem elas, eu continuava, e até sofria quando acabava. Mas a diferença é que eu posso viver sem você. Mas não quero. Não quero. Eu não estou com você por achar que não conseguiria viver sem você. Estou com você por achar que minha vida com você vai ser muito melhor. Estou com você porque gosto de você, e tenho certeza de que não há realidade alternativa na qual eu estivesse melhor do que estou com você. Estou com você por que, em momento nenhum desde a primeira vez que te conheci, pensei que estaria melhor em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa, se você não estivesse por perto.
Eu posso ficar sem você. E você sem mim. Mas eu não quero, simplesmente não quero. Eu quero você. Quero tudo o que você representa e faz comigo. Quero você por tudo o que eu sou quando você está comigo, por tudo o que quero ser quando estou com você, e por tudo o que eu não sou por sua causa. Eu não quero ficar sem você porque não quero ficar sem seu mau humor, não quero ficar sem carregar sua bolsa pesada, porque não quero ficar sem a saudade enorme que eu sinto te vendo tão pouco nem sem os ciúmes idiotas que sentimos um do outro mas fingimos que não tem nada. Eu não quero ficar sem você porque seria muito chato ficar sem sentir medo que o seu decote caia, sem suas crises sem motivo ou sem seus abraços que dão vontade de ficar ali pro resto da vida. Enfim, eu posso ficar sem você, posso passar o resto da minha vida sem você, abigobal, mas, definitivamente, eu não quero.
Eu sempre achei que não poderia viver sem as mulheres com quem me metia. E por isso, eu achava que gostava muito delas, quando na verdade não era isso. Com muitas delas – com quase todas – eu nem queria estar mesmo, nos momentos finais do relacionamento, e em vários momentos eu pensava que estaria melhor sem elas. Mas, por eu achar que não conseguiria ficar sem elas, eu continuava, e até sofria quando acabava. Mas a diferença é que eu posso viver sem você. Mas não quero. Não quero. Eu não estou com você por achar que não conseguiria viver sem você. Estou com você por achar que minha vida com você vai ser muito melhor. Estou com você porque gosto de você, e tenho certeza de que não há realidade alternativa na qual eu estivesse melhor do que estou com você. Estou com você por que, em momento nenhum desde a primeira vez que te conheci, pensei que estaria melhor em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa, se você não estivesse por perto.
Eu posso ficar sem você. E você sem mim. Mas eu não quero, simplesmente não quero. Eu quero você. Quero tudo o que você representa e faz comigo. Quero você por tudo o que eu sou quando você está comigo, por tudo o que quero ser quando estou com você, e por tudo o que eu não sou por sua causa. Eu não quero ficar sem você porque não quero ficar sem seu mau humor, não quero ficar sem carregar sua bolsa pesada, porque não quero ficar sem a saudade enorme que eu sinto te vendo tão pouco nem sem os ciúmes idiotas que sentimos um do outro mas fingimos que não tem nada. Eu não quero ficar sem você porque seria muito chato ficar sem sentir medo que o seu decote caia, sem suas crises sem motivo ou sem seus abraços que dão vontade de ficar ali pro resto da vida. Enfim, eu posso ficar sem você, posso passar o resto da minha vida sem você, abigobal, mas, definitivamente, eu não quero.
A IDEIA DE FICAR SOZINHO
Homens e mulheres sempre tiveram idéias diferentes da mesma situação. Foi partindo disso que eu, realizei mais um estudo, dessa vez mostrando as reações de cada sexo quando se deparam com a idéia de ficarem sozinho (e por sozinhos, quero dizer, solteiro).
FICAR SOZINHO AOS 15 – 18 anos:
Mulher: Essa fase se passa desde o amadurecimento sexual da pessoa até sua saída do ensino médio. Durante esse percurso, as meninas procuram caras mais velhos, como aqueles de série maior, ou até mesmo da faculdade. Aquela que não consegue ninguém, acaba tendo sua auto-estima abatida, e, hora ou outra, fica com aqueles garotos que ninguém quer, tentando convencer suas amigas dizendo coisas como: “Mas ele é tão inteligente/romântico/carinhoso”.
Homem: Pega o maior número de meninas possível.
FICAR SOZINHO DURANTE A FACULDADE:
Mulher: Nessa fase, as mulheres procuram ficar com os mais atraentes do pedaço. Aqueles com os melhores carros, mais fortes, bonitos e cheios de dinheiro. Aquelas que, por alguma razão, não conseguem ficar com ninguém, acabam criando um estigma de mulher difícil, que ninguém “consegue” pegar. Mas na verdade, sua maior aventura sexual funciona a base de 2 pilhas AA.
Homem: Pega e come o maior número de mulheres possível.
FICAR SOZINHO AO SAIR DA FACULDADE ATÉ OS 40 ANOS:
Mulher: Maior derrota da sua vida. Justamente sua fase de ouro, já que agora é uma mulher madura, bonita e bem sucedida. Não agüenta mais rolos de uma noite com homens que só querem sexo, e não acredita que sua irmã mais nova vai casar e dar netos aos seus pais antes de você. Como último recurso, adere a sites de relacionamento, tentando pegar, assim, o menos perdedor entre os inscritos.
Homem: Maior vitória da sua vida. Agora que está maduro, atraente e com dinheiro no bolso, pode tocar o terror com os amigos e pegar as mulheres mais gostosas de sua vida. Casamentos e filhos é a ultima coisa que ele procura no momento. Tenta, como sempre, comer o maior número de mulheres possível!
DIVÓRCIO DEPOIS DOS 40 ANOS:
Mulher: Sinal de que está tudo acabado. Se não tem mais filhos, não é agora que terá. Se não deu certo esse casamento, não é agora que vai encontrar um que dará. Tudo que restou foi uma casa grande, dinheiro e carinho o suficiente para distribuir pelos 5 gatos que ela vai comprar dentro de um mês.
Homem: Uma nova chance para aqueles que casaram cedo. Nem acredita não ter se divorciado antes. A idéia de ter sexo mais de 2 vezes na semana sobe a cabeça de uma forma absurda, e aquela poupança que estava guardando para futuras crianças finalmente vai ter utilidade: putaria! Procurar comer o maior número de mulher possível e imaginável!
“Divórcio: uma das grandes invenções que serve pra desfazer uma das maiores besteiras da humanidade”
FICAR SOZINHO AOS 15 – 18 anos:
Mulher: Essa fase se passa desde o amadurecimento sexual da pessoa até sua saída do ensino médio. Durante esse percurso, as meninas procuram caras mais velhos, como aqueles de série maior, ou até mesmo da faculdade. Aquela que não consegue ninguém, acaba tendo sua auto-estima abatida, e, hora ou outra, fica com aqueles garotos que ninguém quer, tentando convencer suas amigas dizendo coisas como: “Mas ele é tão inteligente/romântico/carinhoso”.
Homem: Pega o maior número de meninas possível.
FICAR SOZINHO DURANTE A FACULDADE:
Mulher: Nessa fase, as mulheres procuram ficar com os mais atraentes do pedaço. Aqueles com os melhores carros, mais fortes, bonitos e cheios de dinheiro. Aquelas que, por alguma razão, não conseguem ficar com ninguém, acabam criando um estigma de mulher difícil, que ninguém “consegue” pegar. Mas na verdade, sua maior aventura sexual funciona a base de 2 pilhas AA.
Homem: Pega e come o maior número de mulheres possível.
FICAR SOZINHO AO SAIR DA FACULDADE ATÉ OS 40 ANOS:
Mulher: Maior derrota da sua vida. Justamente sua fase de ouro, já que agora é uma mulher madura, bonita e bem sucedida. Não agüenta mais rolos de uma noite com homens que só querem sexo, e não acredita que sua irmã mais nova vai casar e dar netos aos seus pais antes de você. Como último recurso, adere a sites de relacionamento, tentando pegar, assim, o menos perdedor entre os inscritos.
Homem: Maior vitória da sua vida. Agora que está maduro, atraente e com dinheiro no bolso, pode tocar o terror com os amigos e pegar as mulheres mais gostosas de sua vida. Casamentos e filhos é a ultima coisa que ele procura no momento. Tenta, como sempre, comer o maior número de mulheres possível!
DIVÓRCIO DEPOIS DOS 40 ANOS:
Mulher: Sinal de que está tudo acabado. Se não tem mais filhos, não é agora que terá. Se não deu certo esse casamento, não é agora que vai encontrar um que dará. Tudo que restou foi uma casa grande, dinheiro e carinho o suficiente para distribuir pelos 5 gatos que ela vai comprar dentro de um mês.
Homem: Uma nova chance para aqueles que casaram cedo. Nem acredita não ter se divorciado antes. A idéia de ter sexo mais de 2 vezes na semana sobe a cabeça de uma forma absurda, e aquela poupança que estava guardando para futuras crianças finalmente vai ter utilidade: putaria! Procurar comer o maior número de mulher possível e imaginável!
“Divórcio: uma das grandes invenções que serve pra desfazer uma das maiores besteiras da humanidade”
quarta-feira, 30 de março de 2011
E se?
E se você não acreditasse em amor à primeira vista? E se você não acreditasse em amor à primeira vista e se apaixonasse à primeira vista? E se você não só se apaixonasse à primeira vista como também não conseguisse esconder isso, e tivesse que ficar disfarçando toda a noite, fingindo que você não estava olhando pra ela o tempo todo; que você não queria falar com ela; que, quando falava, não queria parar; que, quando a via te olhando de soslaio, logo tentava impressioná-la; enfim, que não queria tirar a roupa dela, levar ela pra casa e passar a noite com ela e não sair do quarto nunca mais?
E se o objeto deste amor fosse uma pessoa aparentemente diametralmente oposta aos seus gostos e pela qual, normalmente, você jamais se atrairia? E se MESMO ASSIM você se apaixonasse louca e estupidamente por ela à primeira vista? E se, olhando mais de perto, ela mostrasse ser exatamente o oposto: uma reunião de tudo o que você sempre quis, e dessa vez sem licença poética? E se ela fosse carinhosa, atenciosa, bonita, responsável, inteligente, engraçada, romântica, sensual, charmosa, simpática, não-ciumenta, meiga, doce e corajosa? E se, não bastasse ser tudo isso, ela também se apaixonasse por você à primeira vista?
E se a primeira vez que vocês se viram tivesse sido uma cena em câmera lenta, com “Waiting for teh Miracle” tocando ao fundo, embalando sua entrada apressada e o olhar atônito trocado por vocês? E se o primeiro beijo de vocês fosse embalado por “The Night”, e fosse no no meio da noite,num bar, com um monte de gente entrando e saindo, com pressa, mas pra vocês esse beijo durasse semanas, meses, apenas ali, naquele bar, e todos morressem de inveja de vocês? E se, não fosse tudo isso suficiente, você sentisse as pernas dela tremendo de nervoso ao te beijar e, após o beijo, ela desviasse o olhar, tímida, não acreditando no que acabara de acontecer e, depois disso, ela te abraçasse como se não quisesse acordar deste sonho ou como se não quisesse te deixar ir embora nunca mais? E se, durante a primeira noite de vocês, o tema fosse “Não se afasta de mim”, na voz de Celso Fonseca. Mais precisamente não durante a primeira noite, mas depois, quando ela, ainda dormindo, puxasse seu braço pra cima dela feito um cobertor e te aperta forte, como se quisesse ficar ali com você pra sempre?
E se ela, nas primeiras vinte e quatro horas junto com você, te tratasse como se você fosse o homem mais bonito, inteligente e elegante do planeta? E se ela cuidasse de você como se você fosse um cachorinho perdido em uma rodovia no meio dos caminhões? E se ela te compreendesse como uma mãe que compreende o filho rebelde sem precisar que ele diga nada? E se ela, com uma coragem que você provavelmente não teria, se arriscasse a mudar de vida e deixar tudo pra trás para ficar com você? E se ela, com uma semana que vocês deram o primeiro beijo, já pensasse em casar, ter filhos e envelhecer com você, e dissesse que te ama fechando os olhinhos de vergonha? Pior! E se ela não só pensasse tudo isso, mas também fizesse você pensar!
E se tudo isso fosse verdade? E se esse conto de fadas realmente tivesse acontecido? E se aconteceu, e eu estou escrevendo isso só pra poder, mais uma vez, me lembrar dela nos mínimos detalhes? E se, neste momento, ela estiver dizendo que me ama e que quer ficar comigo pra sempre? E se eu estivesse errado, e amor à primeira vista existe? E se nós formos felizes para sempre, meu amor? E se...
E se o objeto deste amor fosse uma pessoa aparentemente diametralmente oposta aos seus gostos e pela qual, normalmente, você jamais se atrairia? E se MESMO ASSIM você se apaixonasse louca e estupidamente por ela à primeira vista? E se, olhando mais de perto, ela mostrasse ser exatamente o oposto: uma reunião de tudo o que você sempre quis, e dessa vez sem licença poética? E se ela fosse carinhosa, atenciosa, bonita, responsável, inteligente, engraçada, romântica, sensual, charmosa, simpática, não-ciumenta, meiga, doce e corajosa? E se, não bastasse ser tudo isso, ela também se apaixonasse por você à primeira vista?
E se a primeira vez que vocês se viram tivesse sido uma cena em câmera lenta, com “Waiting for teh Miracle” tocando ao fundo, embalando sua entrada apressada e o olhar atônito trocado por vocês? E se o primeiro beijo de vocês fosse embalado por “The Night”, e fosse no no meio da noite,num bar, com um monte de gente entrando e saindo, com pressa, mas pra vocês esse beijo durasse semanas, meses, apenas ali, naquele bar, e todos morressem de inveja de vocês? E se, não fosse tudo isso suficiente, você sentisse as pernas dela tremendo de nervoso ao te beijar e, após o beijo, ela desviasse o olhar, tímida, não acreditando no que acabara de acontecer e, depois disso, ela te abraçasse como se não quisesse acordar deste sonho ou como se não quisesse te deixar ir embora nunca mais? E se, durante a primeira noite de vocês, o tema fosse “Não se afasta de mim”, na voz de Celso Fonseca. Mais precisamente não durante a primeira noite, mas depois, quando ela, ainda dormindo, puxasse seu braço pra cima dela feito um cobertor e te aperta forte, como se quisesse ficar ali com você pra sempre?
E se ela, nas primeiras vinte e quatro horas junto com você, te tratasse como se você fosse o homem mais bonito, inteligente e elegante do planeta? E se ela cuidasse de você como se você fosse um cachorinho perdido em uma rodovia no meio dos caminhões? E se ela te compreendesse como uma mãe que compreende o filho rebelde sem precisar que ele diga nada? E se ela, com uma coragem que você provavelmente não teria, se arriscasse a mudar de vida e deixar tudo pra trás para ficar com você? E se ela, com uma semana que vocês deram o primeiro beijo, já pensasse em casar, ter filhos e envelhecer com você, e dissesse que te ama fechando os olhinhos de vergonha? Pior! E se ela não só pensasse tudo isso, mas também fizesse você pensar!
E se tudo isso fosse verdade? E se esse conto de fadas realmente tivesse acontecido? E se aconteceu, e eu estou escrevendo isso só pra poder, mais uma vez, me lembrar dela nos mínimos detalhes? E se, neste momento, ela estiver dizendo que me ama e que quer ficar comigo pra sempre? E se eu estivesse errado, e amor à primeira vista existe? E se nós formos felizes para sempre, meu amor? E se...
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