Your sorry eyes cut through the bone
Make it hard to leave you alone
Leave you here wearing your wounds
Waving your guns at somebody new
Baby you're a lost, baby you're a lost
Baby you're a lost cause
There's too many people you used to know
They see you coming, they see you go
They know your secrets, and you know theirs
This town is crazy, nobody cares
I'm tired of fighting, I'm tired of fighting
Fighting for a lost cause
There's a place you are going
You ain't never been before
No one laughing at your back now
No on's standing at your door
That's what you thought love was for
I'm tired of fighting, I'm tired of fighting
Fighting for a lost cause
domingo, 23 de maio de 2010
Lost Cause
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Domingo Sombrio
É outono e as folhas estão caindo
Todo o amor morreu na Terra
O vento está chorando com lágrimas de tristeza
Meu coração nunca vai esperar uma nova primavera de novo
Minhas lágrimas e meus sofrimentos são em vão
As pessoas são insensíveis, gananciosas e más...
O amor morreu!
O mundo chegou ao seu fim, espero que tenha deixado de ter um significado
As cidades estão sendo exterminadas, Estilhaços fazem música
Prados estão coloridos de vermelho com sangue humano
Há pessoas mortas nas ruas em todos os lugares
Direi outra oração silenciosa:
As pessoas são pecadores, Senhor, eles cometem erros...
O mundo acabou!
sábado, 8 de maio de 2010
"Pássaro Azul" - Charles Bukowski (Bluebird)
Em meu coração existe um pássaro, que quer sair
mas sou mais forte que ele
there's a bluebird in my heart that, wants to get out
but I'm too tough for him
Eu falo "fica aí dentro,
eu não vou deixar ninguém te ver"
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see you
Em meu coração existe um pássaro, que quer sair
there's a bluebird in my heart that, wants to get out
mas eu taco uísque nele e respiro fumaça de cigarro
e as putas e os barmen e as caixas do mercado
nunca sabem que ele está aqui dentro
but I pur whiskey on him and inhale cigarette smoke
and the whores and the bartenders and the grocery clerks
never know that he's in there
Em meu coração existe um pássaro, que quer sair
mas sou mais forte que ele
there's a bluebird in my heart that, wants to get out
but I'm too tough for him
Eu falo "fique aí, você quer me pôr em apuros?"
"você quer estragar meus trabalhos?"
"você quer estragar as vendas dos meus livros na Europa?"
I say, stay down, do you want to mess me up?
you want to screw up the works?
you want to blow my book sales in Europe?
Em meu coração existe um pássaro, que quer sair
there's a bluebird in my heart that, wants to get out
mas eu sou mais esperto,
só deixo ele sair de noite, às vezes
quando todos estão dormindo
but I'm too clever,
I only let him out at night sometimes
when everybody's asleep
Eu falo "sei que você está aí, então não fique triste"
daí o ponho de volta, mas ele ainda canta um pouco aqui dentro,
Eu não o deixei morrer totalmente.
I say, I know that you're there, so don't be sad.
then I put him back, but he's singing a little in there
I haven't quite let him die.
e a gente dorme junto desse jeito
com nosso pacto secreto
e é bacana o suficiente para fazer um homem chorar
and we sleep together like that
with our secret pact
and it's nice enough to make a man weep
mas eu não choro, você chora?
but I don't weep, do you?
O ex-mágico da Taberna Minhota
Inclina, Senhor, o teu ouvido, e ouve-me;
porque eu sou desvalido e pobre.
(Salmos. LXXXV, I)
Hoje sou funcionário público e este não é o meu desconsolo maior.
Na verdade, eu não estava preparado para o sofrimento. Todo homem, ao atingir certa idade, pode perfeitamente enfrentar a avalanche do tédio e da amargura, pois desde a meninice acostumou-se às vicissitudes, através de um processo lento e gradativo de dissabores.
Tal não aconteceu comigo. Fui atirado à vida sem pais, infância ou juventude.
Um dia dei com os meus cabelos ligeiramente grisalhos, no espelho da Taberna Minhota. A descoberta não me espantou e tampouco me surpreendi ao retirar do bolso o dono do restaurante. Ele sim, perplexo, me perguntou como podia ter feito aquilo.
O que poderia responder, nessa situação, uma pessoa que não encontrava a menor explicação para sua presença no mundo? Disse-lhe que estava cansado. Nascera cansado e entediado.
Sem meditar na resposta, ou fazer outras perguntas, ofereceu-me emprego e passei daquele momento em diante a divertir a freguesia da casa com os meus passes mágicos.
O homem, entretanto, não gostou da minha prática de oferecer aos espectadores almoços gratuitos, que eu extraía misteriosamente de dentro do paletó. Considerando não ser dos melhores negócios aumentar o número de fregueses sem o conseqüente acréscimo nos lucros, apresentou-me ao empresário do Circo-Parque Andaluz, que, posto a par das minhas habilidades, propôs contratar-me. Antes, porém, aconselhou-o que se prevenisse contra os meus truques, pois ninguém estranharia se me ocorresse a idéia de distribuir ingressos graciosos para os espetáculos.
Contrariando as previsões pessimistas do primeiro patrão, o meu comportamento foi exemplar. As minhas apresentações em público não só empolgaram multidões como deram fabulosos lucros aos donos da companhia.
A platéia, em geral, me recebia com frieza, talvez por não me exibir de casaca e cartola. Mas quando, sem querer, começava a extrair do chapéu coelhos, cobras, lagartos, os assistentes vibravam. Sobretudo no último número, em que eu fazia surgir, por entre os dedos, um jacaré. Em seguida, comprimindo o animal pelas extremidades, transformava-o numa sanfona. E encerrava o espetáculo tocando o Hino Nacional da Cochinchina. Os aplausos estrugiam de todos os lados, sob o meu olhar distante.
O gerente do circo, a me espreitar de longe, danava-se com a minha indiferença pelas palmas da assistência. Notadamente se elas partiam das criancinhas que me iam aplaudir nas matinês de domingo. Por que me emocionar, se não me causavam pena aqueles rostos inocentes, destinados a passar pelos sofrimentos que acompanham o amadurecimento do homem? Muito menos me ocorria odiá-las por terem tudo que ambicionei e não tive: um nascimento e um passado.
Com o crescimento da popularidade a minha vida tornou-se insuportável.
Às vezes, sentado em algum café, a olhar cismativamente o povo desfilando na calçada, arrancava do bolso pombos, gaivotas, maritacas. As pessoas que se encontravam nas imediações, julgando intencional o meu gesto, rompiam em estridentes gargalhadas. Eu olhava melancólico para o chão e resmungava contra o mundo e os pássaros.
Se, distraído, abria as mãos, delas escorregavam esquisitos objetos. A ponto de me surpreender, certa vez, puxando da manga da camisa uma figura, depois outra. Por fim, estava rodeado de figuras estranhas, sem saber que destino lhes dar.
Nada fazia. Olhava para os lados e implorava com os olhos por um socorro que não poderia vir de parte alguma.
Situação cruciante.
Quase sempre, ao tirar o lenço para assoar o nariz, provocava o assombro dos que estavam próximos, sacando um lençol do bolso. Se mexia na gola do paletó, logo aparecia um urubu. Em outras ocasiões, indo amarrar o cordão do sapato, das minhas calças deslizavam cobras. Mulheres e crianças gritavam. Vinham guardas, ajuntavam-se curiosos, um escândalo. Tinha de comparecer à delegacia e ouvir pacientemente da autoridade policial ser proibido soltar serpentes nas vias públicas.
Não protestava. Tímido e humilde mencionava a minha condição de mágico, reafirmando o propósito de não molestar ninguém.
Também, à noite, em meio a um sono tranqüilo, costumava acordar sobressaltado: era um pássaro ruidoso que batera as asas ao sair do meu ouvido.
Numa dessas vezes, irritado, disposto a nunca mais fazer mágicas, mutilei as mãos. Não adiantou. Ao primeiro movimento que fiz, elas reapareceram novas e perfeitas nas pontas dos tocos de braço. Acontecimento de desesperar qualquer pessoa, principalmente um mágico enfastiado do ofício.
Urgia encontrar solução para o meu desespero. Pensando bem, concluí que somente a morte poria termo ao meu desconsolo.
Firme no propósito, tirei dos bolsos uma dúzia de leões e, cruzando os braços, aguardei o momento em que seria devorado por eles. Nenhum mal me fizeram. Rodearam-me, farejaram minhas roupas, olharam a paisagem, e se foram.
Na manhã seguinte regressaram e se puseram, acintosos, diante de mim.
— O que desejam, estúpidos animais?! — gritei, indignado.
Sacudiram com tristeza as jubas e imploraram-me que os fizesse desaparecer:
— Este mundo é tremendamente tedioso — concluíram.
Não consegui refrear a raiva. Matei-os todos e me pus a devorá-los. Esperava morrer, vítima de fatal indigestão.
Sofrimento dos sofrimentos! Tive imensa dor de barriga e continuei a viver.
O fracasso da tentativa multiplicou minha frustração. Afastei-me da zona urbana e busquei a serra. Ao alcançar seu ponto mais alto, que dominava escuro abismo, abandonei o corpo ao espaço.
Senti apenas uma leve sensação da vizinhança da morte: logo me vi amparado por um pára-quedas. Com dificuldade, machucando-me nas pedras, sujo e estropiado, consegui regressar à cidade, onde a minha primeira providência foi adquirir uma pistola.
Em casa, estendido na cama, levei a arma ao ouvido. Puxei o gatilho, à espera do estampido, a dor da bala penetrando na minha cabeça.
Não veio o disparo nem a morte: a máuser se transformara num lápis.
Rolei até o chão, soluçando. Eu, que podia criar outros seres, não encontrava meios de libertar-me da existência.
Uma frase que escutara por acaso, na rua, trouxe-me nova esperança de romper em definitivo com a vida. Ouvira de um homem triste que ser funcionário público era suicidar-se aos poucos.
Não me encontrava em condições de determinar qual a forma de suicídio que melhor me convinha: se lenta ou rápida. Por isso empreguei-me numa Secretaria de Estado.
1930, ano amargo. Foi mais longo que os posteriores à primeira manifestação que tive da minha existência, ante o espelho da Taberna Minhota.
Não morri, conforme esperava. Maiores foram as minhas aflições, maior o meu desconsolo.
Quando era mágico, pouco lidava com os homens -o palco me distanciava deles. Agora, obrigado a constante contato com meus semelhantes, necessitava compreendê-los, disfarçar a náusea que me causavam.
O pior é que, sendo diminuto meu serviço, via -me na contingência de permanecer à toa horas a fio. E o ócio levou -me à revolta contra a falta de um passado. Por que somente eu, entre todos os que viviam sob os meus olhos, não tinha alguma coisa para recordar? Os meus dias flutuavam confusos, mesclados com pobres recordações, pequeno saldo de três anos de vida.
O amor que me veio por uma funcionária, vizinha de mesa de trabalho, distraiu-me um pouco das minhas inquietações.
Distração momentânea. Cedo retornou o desassossego, debatia-me em incertezas. Como me declarar à minha colega? Se nunca fizera uma declaração de amor e não tivera sequer uma experiência sentimental!
1931 entrou triste, com ameaças de demissões coletivas na Secretaria e a recusa da datilógrafa em me aceitar. Ante o risco de ser demitido, procurei acautelar meus interesses. (Não me importava o emprego. Somente temia ficar longe da mulher que me rejeitara, mas cuja presença me era agora indispensável.)
Fui ao chefe da seção e lhe declarei que não podia ser dispensado, pois, tendo dez anos de casa, adquirira estabilidade no cargo.
Fitou-me por algum tempo em silêncio. Depois, fechando a cara, disse que estava atônito com meu cinismo. Jamais poderia esperar de alguém, com um ano de trabalho, ter a ousadia de afirmar que tinha dez.
Para lhe provar não ser leviana a minha atitude, procurei nos bolsos os documentos que comprovavam a lisura do meu procedimento. Estupefato, deles retirei apenas um papel amarrotado — fragmento de um poema inspirado nos seios da datilógrafa.
Revolvi, ansioso, todos os bolsos e nada encontrei.
Tive que confessar minha derrota. Confiara demais na faculdade de fazer mágicas e ela fora anulada pela burocracia.
Hoje, sem os antigos e miraculosos dons de mago, não consigo abandonar a pior das ocupações humanas. Falta-me o amor da companheira de trabalho, a presença de amigos, o que me obriga a andar por lugares solitários. Sou visto muitas vezes procurando retirar com os dedos, do interior da roupa, qualquer coisa que ninguém enxerga, por mais que atente a vista.
Pensam que estou louco, principalmente quando atiro ao ar essas pequeninas coisas.
Tenho a impressão de que é uma andorinha a se desvencilhar das minhas mãos. Suspiro alto e fundo.
Não me conforta a ilusão. Serve somente para aumentar o arrependimento de não ter criado todo um mundo mágico.
Por instantes, imagino como seria maravilhoso arrancar do corpo lenços vermelhos, azuis, brancos, verdes. Encher a noite com fogos de artifício. Erguer o rosto para o céu e deixar que pelos meus lábios saísse o arco-íris. Um arco-íris que cobrisse a Terra de um extremo a outro. E os aplausos dos homens de cabelos brancos, das meigas criancinhas.
Murilo Eugênio Rubião nasceu em Silvestre Ferraz, hoje Carmo de Minas — MG, no ano de 1916. Formado em Direito, foi professor, jornalista, diretor de jornal e de estação de rádio (Rádio Inconfidência). Foi o responsável pela organização do Suplemento Literário do Minas Gerais (1966). Publicou seu primeiro livro de contos "O ex-mágico" em 1947; "A estrela vermelha" (1953); "Os dragões e outros contos" (1965); "O pirotécnico Zacarias" e "O convidado" (1974); "A casa do girassol vermelho" (1978); e "O homem do boné cinzento e outras histórias" (1990). Teve seus principais contos traduzidos para a língua inglesa, alemã e espanhola. Foram adaptado para o cinema os contos: "A Armadilha", "O pirotécnico Zacarias", "O ex-mágico da Taberna Minhota" e "O bloqueio". Para o teatro, foram adaptados "O ex-mago", "The piranha lounge" (peça baseada no autor — diversos contos) e "O ex-mago da Taberna Minhota". Sua obra já foi objeto de dezenas de artigos publicados em jornais e revistas, além de ter sido estudada em mais de quarenta teses de doutorado e dissertações de mestrado, no Brasil e no exterior.
O escritor faleceu em Belo Horizonte, em 1991, onde residiu a maior parte de sua vida.
O texto acima foi extraído do livro "O pirotécnico Zacarias e outros contos", Editora Companhia das Letras — São Paulo, 2006, pág. 19, organização de Humberto Werneck, postfácio de Jorge Schwartz.
Leia o texto. Compre o livro.
sábado, 1 de maio de 2010
FRASES PUBLICADAS EM ALGUNS JORNAIS, há algum tempo atrás: Excelente os comentários que não sei quem fez.
“A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada
ano.” – JORNAL DO BRASIL
(Na cova?)
“Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem
intensamente.” – O GLOBO
(O frio não estava filiado ao sindicato grevista)
“Os sete artistas compõem um trio de talento.” – EXTRA
(Hã?)
“A vítima foi estrangulada a golpes de facão.” – O DIA
(Uma nova modalidade de estrangulamento)
“Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável.” – O GLOBO
(De modo algum!)
“No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como loucos.” – O DIA
(Naturalmente….)
“Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva.” – JORNAL DO BRASIL
(Jura mesmo?!)
“Parece que ela foi morta pelo seu assassino.” – EXTRA
(Não diga!)
“O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermudas.” – EXTRA
(Gente, até ontem era um triângulo! Vai ver que qualquer dia inventem o
CÍRCULO DAS BERMUDAS…)
“O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se
suicidou.” – O DIA
(Seria a volta dos mortos-vivos?)
“A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço.” – EXTRA
(Que aberração!)
“Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes.” – JORNAL DO BRASIL
(Água no além para purificar as almas…)
“O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.” – JORNAL DO BRASIL
(Onde vamos parar desse jeito?)
“O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos.” – JORNAL DO BRASIL
(Quanta confusão!)
“Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio.” – JORNAL DO BRASIL
(Ah, bom! Achei que fosse um churrasco!)
“Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel.” – JORNAL DO BRASIL
(Viu como ele é disciplinado?)
“O cadáver foi encontrado morto dentro do carro.” – JORNAL DO BRASIL
(Sem comentários…)
“Prefeito de interior vai dormir bem, e acorda morto.” – JORNAL DO BRASIL
(Já acordou no céu! Ah, não… O cara era prefeito… Acordou com o calorzinho do inferno!)
Corrigindo alguns Ditados Populares!
“Quem ri por último… é retardado”.
“Alegria de pobre… é impossível”.
“Quem com ferro fere… não sabe como dói”.
“Em casa de ferreiro… só tem ferro”.
“Quem tem boca… fala. Quem tem grana é que vai a Roma!”
“Gato escaldado… morre… porra!”
“Quem espera… fica de saco cheio.”
“Quando um não quer… o outro insiste.”
“Os últimos serão … desclassificados.”
“Há males que vêm para … fuder com tudo mesmo!”
“Se Maomé não vai à montanha…. é porque ele se mandou pra praia.”
“A esperança… e a sogra são as últimas que morrem.”
“Quem dá aos pobres… cria o filho sozinha.”
“Depois da tempestade vem a … gripe.
“Devagar…. nunca se chega.”
“Antes tarde do que … mais tarde.”
“Em terra de cego quem tem um olho é … caolho.”
“Quem cedo madruga… fica com sono o dia inteiro.”
“Pau que nasce torto… faz xixi no chão .”